O que mostra sermos de Deus?



Uma gente cheia do Espírito não carece de espetáculos narcíseos para saber quem é. Já sabemos quem somos. O Espírito já nos foi dado (Lc 11.13). Qualquer outra prova é uma exigência idólatra e tola. Trecho do texto de “Meu pentecostalismo Revisitado”
                                                         Elienai Cabral Júnior

Recentemente me deparei com uma passagem de Jo 17 Vcs 21-26, a famosa oração sacerdotal de Jesus, de cara eu me deparo com a forte realidade que está no verso 23 do capitulo: Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.” Unidade, uma marca que permeia toda a mensagem do evangelho de Jesus (Boas Novas), mensagem está que em seu centro gravita a liberdade, esperança e filiação com o pai. Uma filiação que não se demostra com espetacularizações de ações sobrenaturais do Espirito de Deus, uma filiação que se ratifica pelo mover do espirito em nosso interior dia após dia, que se mostra na união e no amor que temos uns com os outros.

O trecho que inicia esta reflexão é real apesar de difícil de aceitar pelos mais apegados a este movimento pentecostal genérico, diluído com a moda do mundo que nada tem em comum com o pentecostalismo bíblico. Sou pentecostal de carteirinha, nasci para uma nova vida numa denominação pentecostal, fui abençoado pela mesma com minhas primeiras experiências com Deus, e digo com saudosismo e later vivido em meu coração que foram marcantes estas experiências.

Mas não fecho os olhos para a realidade que constato não só no texto de Elienai Cabral Júnior, mas nos relatos vistos em blogs de renomados pastores, bem como experiências oculares que, Deus sabe queria apagar de minha memoria. De certa forma o afã das experiências sobrenaturais afetou a realidade que Cristo expressa nessa oração acima, (dia deste um amigo meu, um irmão amado me disse que está foi a única oração de Jesus não respondida.kkk...) a nossa união é a evidencia mais forte que somos de Deus, falando individualmente e coletivamente. Analisemos At 2.44-47: “Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.”

Elienai fala na liturgia que mudou na postura do movimento que mudou no objetivo que mudou, mas, eu vou além, onde está o evangelho? A mensagem cheia do espírito santo que vibrava na fala dos pregadores que tinham somente o desejo de buscar almas para Cristo.  Onde está a mudança de vida? Nos comportamos hoje como se Deus fosse uma figura mitológica do nível de Odin ou Zeus um mero mito, adorado sim, temido sim, mas sua ação é levada em conta em nosso dia-dia, não.

Há dias passados falamos nisso; ao aceitar a Jesus, a nova alma passa a ser doutrinada a viver de acordo com os demais, a vista do exterior, as ações interiores estão adormecidas e enjauladas por amarras humanas, o que na concepção pensa-se bastar.
O que num futuro bem próximo se mostrará uma armadilha fatal tanto para a denominação quanto para a alma do neófito (que mesmo com mil anos não deixa de ser assim, por nunca se deixar nascer de novo Jo 3 Vcs 3-5).

Isso faz com que não se creia que Deus nos chamou para uma nova forma de viver a vida, com parâmetros que não os do mundo, mas os de Jesus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 5:20)

Não adianta levantarmos números para declararmos ao mundo que somos um movimento de Deus, um movimento legítimo e que sendo assim merece a primazia de ser “a denominação que mais se aproxima do novo testamento”. Onde vejo o próprio Cristo a dizer: DOIS OU TRÊS REUNIDOS EM MEU NOME, E, EU ESTAREI NO MEIO DELES”. Mateus 18:20.

Os números, as manifestações de glossolalia (falar em línguas) e outras pirotecnias (quando estas só por puro exibicionismo de poder temporal), no dia a dia mostram o quanto precisamos parar e repensar os destinos que tomou o movimento trazido por missionários que tinham em seu coração a ação do pentecostalismo, para servir a obra e não para evidenciar a nossa aceitação por Deus. Se pensarmos assim fatalmente reduziremos à mensagem de Cristo, a outra forma de judaísmo, uma forma de distinguir os aceitos por Deus e os desafortunados no mundo.

Em romanos 9 versos 25-33 temos algo para nos mostrar que as obras mesmo que em tom de sinceridade são meramente fetiches humanos frente a graça de Deus: “Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo. Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra. E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, Teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra. Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço; Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido”.


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