ACORDAR É O QUE PRECISAMOS




Nossa existência como povo de Deus aqui na terra às vezes é teatral e precisamos acordar para a realidade dos fatos: diluímos a mensagem que transforma em muita filosofia e fantasia hollywoodiana. Tem muito efeito especial e pouco texto, os efeitos pirotécnicos e avanços na visualização de imagens bem acabadas suplantam as ações em nossa vida que demonstrem o viver em Deus.

Surto comigo mesmo ao constatar que sou também infectado com o vírus da teatralidade evangélica, na omissão do que sou realmente, algo que elimina em mim a possibilidade de Deus operar com toda sua ação amorosa. Mas sinto que nesta construção de caráter cristão não sou o único culpado, sou a continuidade de um circulo vicioso e institucional, minha imagem de quem sou foi suplantada pela imagem holográfica em 3D que o povo admite ver e que é de uso ou aceitável, acho que o termo mais adequado para expressar o que sinto é dizer que sou produto do meio.

Não condeno a todos que com amor e devoção se esmeraram em me doutrinar a esta pratica, pois até mesmo estes foram ou são, mas, em alguns casos serão vencidos pelo tempo. Uma prova disso são os usos e costumes que ensinados como verdades bíblicas, se tornam meros adornos de discursos saudosistas, vazios e sem pratica, pois se termina o discurso, se propaga o afã deste entre os ouvintes e em poucas horas o esquecimento toma conta das palavras, e mais uma vez estamos atuando, representando papéis difíceis com uma atuação ruim.

Tomamos o folego para mais uma jornada vazia e sem sentido no evangelho hollywoodiano negando nossas falhas de caráter não transformado, vivendo como atores neste Reality Show celestial, esperando que Deus use de misericórdia, segundo as nossas “bondades” aqui na terra. Ou melhor, nesta grande casa cheia de câmeras, onde achamos que dentro de nós Deus não pode ver. Ridículo talvez não.

Outro dia vi um vídeo no blog do pastor Geremias do Couto que me fez pensar em mim mesmo como um alvo certo daquelas palavras Agonia - Leonard Ravenhill , não foi só impactante, mas de uma terrível constatação: EU SOU UM INFECTADO. Nessa experiência teatral deixamos de ter o melhor de Deus pra embarcamos ou na neurose de nos acharmos à única laranja boa na feira e o resto estragou, ou partimos para um agora o carro desse a ladeira sem freio, viver comodamente a vida cristã como uma atividade a mais, sem importância nenhuma pra meu presente e futuro.

Nesta montanha russa, nessa quebra de braço com meu eu, sinto que Deus ficou apenas como espectador olimpiano e extremamente ocupado com os semideuses do reino dos homens que aqui na terra comandam sistemas automatizados de novos servos de Gizus globais. Acredito que Paulo não veria com bons olhos o que nos tornamos no evangelho, a graça foi a segundo plano, somos enxertados no antigo pacto com a esperança de termos paz com Deus e o nosso eu.

É “novo mover de Deus”, “nova unção”, “outra palavra impactante” e a verdade da graça se empoeira em nossos púlpitos, as inquietações humanas ditam o que Deus vai falar nas pregações, senão veja: quando o povo está calado e pensativo no culto, fazer o povo se alegrar é simples, fale de benção, e tudo começa com “hoje Deus tem uma palavra para você hoje” ou “Não sei como você chegou aqui, mas sei como você vai sair, ABENCOADO POR DEUS”  e assim mais uma dose de teatralidade e estamos prontos para mais uma rotina de atuação. Mas se atuar para os profissionais tem um custo, na vida cristã esse custo vale o nosso hoje e o nosso amanhã.

Deus não se deixa levar pelo meu choro de crocodilo, ele tem uma visão que vê meu interior sem o menor esforço, ele sabe o que eu não quero transparecer, e senti minha agonia, na passagem que está no evangelho de Jo 4, vemos que Jesus foi intencionalmente para atender aquela mulher, ela foi de fato em busca de água mas, Jesus viu a agonia em sua alma. Não tenho certeza, mas acho que a condição lasciva que ela vivia a atormentava, e penso que as precariedades de haveres não moíam tanto a sua alma quanto a condição sequiosa que ela vivia. Ela mendigava a aceitação do pai celeste com obras mortas que no decorrer  da conversa mostrou que em vez de aliviar lhe causava mais pesar e sofrimento, mas, o que me impressiona foi o fato de ela ter coragem de admitir frente a imagem de Jesus sua condição moral e espiritual, “Desses-te a VERDADE” .

É bonito dizer que somos de Jesus, Eu sou teu o pai, mas a verdade é que precisamos fazer e não falar, acordar pra uma vida cheia de verdade e não de mentira pra nós mesmos e pra Deus (pois achamos mesmo que somos capazes de mentir pra ele). A graça é nossa única verdade nas veredas da justiça de Deus encontraremos a paz para nossa alma, seremos perfeitos apenas no céu, viveremos a perfeita harmonia com Deus quando admitirmos quem somos e nos achegarmos a ele não com obras, mas com fé, pois as obras são importantes sim mas em primeiro lugar vem a fé, ou nós alcançaremos a salvação de nossa alma pelas nossas obras?, Não amados, somos todos os dias colocados como ovelhas no matadouro.

Nossa justiça e obras são trapos de imundícia frente a santidade de Deu, ele é santo, justo e onipotente, somo apenas vermes que usufruímos de sua bondade, Deus ele é magnifico e complacente com todos nós, nos deu Jesus, nos deu a verdade. É hora, já é a última hora, não dá pra representar mais, é difícil ser honesto consigo mesmo mas temos que tentar ver a dor , mas ver também que a salvação teve em seu caminho, teve um Getsêmani, uma via dolorosa  uma cruz um tumulo frio e escuro, mas teve também um dia raiando com um belo amanhecer, uma nova vida, uma nova história, a reconstrução de uma relação que foi quebrada. Uma porta para o paraíso Chamada JESUS.

Desfrute

JC Silver

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