CULPADOS



Ao ler o sermão de Spurgeon a seguir, de imediato realmente me senti compelido a entender a gravidade de minha condição de pecador, as palavras de Spurgeon retiniram como martelo que golpeia o aço na preparação de uma peça. Quando sua introdução chega ao ápice vejo meus pecados também ali reunidos aos do mundo todo cuspindo e castigando o meu Mestre e amigo. Sou levado a sair da minha zona de conforto moral e espiritual para um ângulo em que posso ver melhor quem sou eu, e por que devo admitir que não sou melhor que o outro.

Meus pecados pegaram no chicote que trucidou a pele do mestre, minhas paixões infames tomaram as mãos do carrasco e cravejaram a cabeça do meigo carpinteiro com uma coroa de espinhos. Meu orgulho levou a lança que traspassou o meu Jesus, suas feridas, foram feitas nele por me amar até o fim, emudecido, calado e destemido, suportou a afronta do meu pecado, por me amar, suas mãos não se fecharam aos cravos que meus pecados colocaram-lhe, pois, estariam sempre prontas a me amparar com amor nos momentos mais escuros da minha vida. Sim Deus escolheu os cravos a dor, o escárnio meu e a estupidez dos meus atos, pra me dar a vida que nunca mereci.

Deus enfermou pelos meus pecados e ficou na gélida solidão da maldição da cruz por minhas vontades humanas, e sem reclamar derramou seu sangue, puro, inocente e santo, por mim, que sou ladrão malfeitor e ingrato. Sou semente do primeiro Adão sendo feito a imagem do segundo e perfeito Adão, sou culpado assim como Pilatos, na morte de Cristo.

Desfrute.

Resenha de: JC Silver

Pilatos e Nós, Culpados da Morte do Salvador
NO. 1648

Sermão pregado na manhã de 5 de março de 1882,
Por Charles Haddon Spurgeon,
No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.

“Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso. E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.” Mateus 27:24-25

A crucificação de Cristo marcou a altura do pecado cometido por nossa raça. Em Sua morte encontramos todos os pecados da humanidade unidos em uma conspiração execrável. A inveja, o orgulho e o ódio estão lá, juntamente com a ambição, a falsidade, e a blasfêmia, todos ávidos por projetar-se na crueldade, vingança e homicídio.

O diabo agitou as iniquidades de todos nós em torno da semente da mulher: todas essas iniquidades circundaram ao Senhor, sim, o rodearam como abelhas. Todas as maldades dos corações humanos de todas as épocas marcaram encontro ao redor da cruz: assim como todos os rios vão para o mar, e como todas as nuvens se descarregam sobre a terra, assim se congregaram todos os crimes do homem para causar a morte do Filho de Deus. Foi como se o inferno tivesse enviado uma convocação, e todas as várias formas de pecado tivessem chegado a tropel - legião pós-legião apertaram o passo à batalha.

Assim como os abutres se precipitam sobre a carniça, assim correram os bandos de pecados para converter o Senhor em sua presa. E uma vez congregadas as tropas de pecados, consumaram o crime mais atroz que o sol jamais havia presenciado. Mãos iníquas crucificaram e mataram o Salvador do mundo.

Acabamos de cantar dois hinos em que assumimos nossa porção de culpa pela morte de nosso Senhor. Cantamos—

“Oh, os agudos tormentos de extrema dor
Que suportou meu amado Redentor,
Quando chicotes nodosos e grossos espinhos
Dilaceraram Seu corpo sagrado.
Mas em vão acuso
Aos chicotes nodosos e aos grossos espinhos;
Em vão culpo aos soldados romanos,
E aos mais desprezíveis judeus.
Vocês, meus pecados, meus cruéis pecados,
Foram Seus principais carrascos;
Cada um de meus crimes se converteu em um cravo,
E minha incredulidade veio a ser a lança.”

E logo, com o mesmo espírito, cheios de tristeza fizemos uma pergunta, e cantamos uma resposta penitencial—

"Meu Jesus, quem com cuspe vil
Profanou Teu santo rosto?
Oh, quem com um flagelo implacável
Fez brotar Teu precioso sangue?
Fui eu, que tenho sido muito ingrato
Mas, Jesus, tem misericórdia de mim!
Oh, Senhor meu, tem piedade de mim e
Perdoa-me,
Por Tua doce misericórdia! "

Talvez alguns de vocês não compreendam bem o que acabaram de cantar; mas alguns de nós nos declaramos culpados, de maneira sincera e consciente, da morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Nós sabemos que Ele não somente sofreu para apagar nossas transgressões, mas também por causa de nossas iniquidades. Isto não é muito claro para muitos de vocês; e não lhes peço que finjam que entenderam.

Não podem entender porque têm algo a ver com a morte de Jesus, e por isso não são conduzidos ao arrependimento quando falamos desse tema; certamente imitam o exemplo de Pilatos em nosso texto, quando tomou a água e lavou suas mãos diante da multidão, dizendo:

“Inocente sou do sangue deste justo.”

O propósito do nosso sermão será despertar consciências adormecidas. Sem nos metermos em perguntas metafísicas relativas a se Pilatos teve ou não real participação na ação particular pela qual morreu Jesus, vou mostrar-lhes que de muitas maneiras, os homens cometem na prática um crime semelhante, e assim demonstrarei que têm disposições similares àqueles antigos assassinos de Cristo. Ainda que repudiem a crucificação, a repetem, se não na forma, no espírito. Ainda que Jesus não esteja aqui em carne e osso, contudo, a causa da santidade e da verdade e de Seu divino Espírito ainda estão em nosso meio. E os homens reagem diante do reino de Cristo, que está estabelecido entre eles, da mesma maneira que os judeus e os romanos agiram contra o Deus encarnado.

Parte inicial do Sermão.
  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como vencer a depressão com a ajuda de Deus

Confie na Providência Divina: Aprendendo com o Sermão do Monte

Deus é o Nosso Refúgio: Encontrando Paz em Tempos de Caos