Conversão



“... Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...” Gálatas 2:20.

Acredito que em todos os anos de caminhada que tenho na graça, essa parte deva ser á mais difícil de ter concluída em mim. Apenas essa parte do versículo, essa partícula nuclear, me causa um verdadeiro constrangimento sobre quem eu sou e, quem eu devo ser.

Não viver em mim mesmo, negar aquilo que quero, sinto, desejo e necessito. A alquimia que se espera não acontece como num toque de mágica, não virá com um estalar de dedos. Não tem mágica. Um milagre que acontece com tempo.

Converter quem eu sou. Dentre todos os significados que me vem em mente e, o que me serve nos vernáculos da língua portuguesa. A explicação que diz que conversão, é o ato de mudar de direção serve bem ao que entendo sobre essa palavra.

No Éden, nosso rumo foi redirecionado com a queda do homem, nos colocamos em colisão com Deus, com o amor criador, com a vida. Somos sentenciados pelo pecado a morte, a distancia, a viver em queda. A vinda da luz, do mestre e vida Jesus, nos coloca novamente na rota para ter vida com ele. Mas essa vida que reflete a vida que emana de Cristo, como luz do mundo se escurece em momento em que minha, tornando minha conversão incompleta e muitas vezes infrutífera, inútil.
Devo chorar e viver no amargo de minha falta de conversão? Creio que não. O fato é que, no texto em leitura, Paulo fala de forma simples, “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.

Se me crucifico com Cristo tenho a certeza que morri no momento que me coloquei ali, no madeiro, na sentença de morte pelos meus pecados. Nisso em Romanos 6:8 olhamos a promessa escrita em letras tão cintilantes como a mais brilhante estrela no céu, “Ora, se morremos com Cristo,...”. Aqui, nesse exato ponto do escrito de Paulo tem-se a verdade da conversão que nos é tão difícil de aceita. Morrer com Cristo. A separação para nós é dolorosa, mórbida e cruel. Mesmo que nos seja garantida uma vitória sobre a morte, temos temor de romper, sentimos pavor de deixar nossa vida, nossas emoções terrenas e nos entregarmos a Deus plenamente na cruz.

Acho que nesse ponto o nervo exposto é a dor que a morte lá na cruz pode nos trazer. A crucificação de Jesus foi um espetáculo de sadismo para quem apenas olhava a crucificação como, mais um ato de violência de Roma. A cena da cruz, nos da medo de ser traumático demais entregar a vida para morrer com ele no madeiro. Não que seja esse meu pensamento uma verdade absoluta, mas, digo por mim e muitos, a cruz causa medo de termos dor.

No final, entregar nossa vida de egoísmo, hedonismo, e áreas cheias de ismos requer mudança de direção, ruptura, um salto de fé. No final se tivermos coragem de dar esse salto de fé, ele nos diz que, a dor, é só um instante. A vida eterna com ele virá após a dor, após a morte de nosso eu. “... cremos que também com ele viveremos”. Romanos 6:8

James C. Silver


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