Ler & Pensar VII

Meu pentecostalismo revisitado - Elienai Cabral Junior (Continuação) Para promovê-lo à elite dos contemplados pelo poder carecemos de uma indicação indiscutível. O que novamente indica que o falar em línguas alça o indivíduo à categoria dos que podem em detrimento dos que não podem. O critério de conferir cargos eclesiásticos ao que fala em línguas aprofunda a relação línguas-poder. E o faz de forma mais grosseira, porque agora quem fala em línguas é promovido na hierarquia de poder. Diácono, presbítero, evangelista e pastor, os homens do mando têm que carregar a chancela das línguas estranhas. Lembro de falar em línguas pela primeira vez aos nove anos. O prodígio inexplicavelmente não se repetiu mais pelos próximos anos. Aos quinze, sofria por não falar em línguas. Entenda o que se passava em minha mente adolescente. Sonhava com o ministério pastoral. Mas não falar em línguas esbarrava meus planos. Cada apelo ao final do culto deixava minhas mãos molhadas, o coração ...